Os discursos de Salazar e de António Ferro no filme “Poesia de Segunda Categoria”


Na sessão de entrega dos Prémios Literários 1934 do SPN, que teve lugar no ano seguinte, em 21 de Fevereiro, tanto Salazar como António Ferro proferem discursos históricos, que são publicados pela imprensa da época, e, mais tarde, em 1949, compilados no volume Prémios Literários (1934-1947), editado pelo Secretariado Nacional de Informação (designação que o SPN toma após 1945). Algumas passagens destes discursos integram (de modo fiel às fontes documentais consultadas: Diário da Manhã, 22-2-1935) os diálogos do argumento do filme “Poesia de Segunda Categoria”.



Tal como pode ser consultado noutro post deste blog, enquanto Salazar falava da necessidade de impor “certas limitações” e “directrizes” aos escritores (encarando a possibilidade de até se “escrever menos” para se “escrever” e se “ler melhor”); António Ferro, depois de considerar o Presidente do Conselho como “um dos maiores escritores portugueses da nossa língua em todos os tempos”, declara que, com aquela “festa”, se quis “declarar guerra publicamente aos déspotas da liberdade do pensamento, aos ‘intelectuais livres’”.
Na imagem: António Ferro discursando, interpretado por João Didelet. Cena do filme "Poesia de Segunda Categoria"