MAX ROMER





"Na Madeira, em paisagem, não há o feio. Há o bonito, há o belo e o grandioso. "

Entrevista a Max Römer, Diário de Notícias, Funchal, 21 de Janeiro de 1932


A Bookcase teve o prazer de colaborar na rodagem de um documetário sobre o pintor alemão Max Römer, produzido pela Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM), do Governo Regional da Madeira.

Max Römer (1878-1960) foi um artista plástico de origem alemã que viveu no Funchal ao longo de 38 anos (1922-1960) e que retratou de forma continuada a paisagem e o quotidiano da Madeira.

A obra plástica de Max Römer, no que diz respeito à Madeira, é tematicamente uniforme, de natureza paisagística e etnográfica, circunscrevendo-se à paisagem natural e humana da Madeira, no entanto, em relação às técnicas e suportes,  é ricamente multifacetada, manifestando-se através de desenhos a lápis, ilustrações, cartazes publicitários, postais, cartões com motivos típicos da ilha, frescos e gravuras. O artista deixou uma obra prolífica e multifacetada, tendo muitas das suas imagens servido para promover a ilha no estrangeiro, muito antes do turismo ser um designio económico insular e nacional.

Uma monografia de referência sobre Max Römer é a obra"O Funchal na Obra de Max Romer, 1922 - 1960", com a cooordenação de Rui Camacho e com textos de Eberhard Axel Wilhelm, Maria Teresa Brazão e Rui Carita. Foi esta obra e o precioso testemunho de Rui Camacho que, em meados de Dezembro de 2014, durante a rodagem do documentário, nos conduziu pelas ruas do Funchal, traçando um paralelo entre algumas aguarelas de Romer e o local da cidade como hoje o podemos encontrar.

O livro "O Funchal na Obra de Max Romer, 1922 - 1960" reune um conjunto seleccionado de reproduções de obras de Römer, que ilustram a forma como evoluiu a profunda ligação do pintor alemão às paisagens madeirenses:

"A paisagem é sempre diferente em cada trecho. Não há a monotonia. Pela costa recortada e acidentada, toda ela altos promontórios e pequenas praias, pelas vertentes, cheias de cultura, em que o verde varia até o verosímil, pelas montanhas, pelas povoações tão fortemente cheias de pitoresco, nós os artistas, encontramos em excesso os quadros que desejamos fixar. Em um pequeno passeio, surgem ante os nossos olhos, motivos para numerosas telas(...)" 

Entrevista a Max Römer, Diário de Notícias, Funchal, 21 de Janeiro de 1932


O desenho, cuja tocante beleza nem mesmo o desfoque da câmara fotográfica conseguiu diluir completamente,  é um retrato de Vaneska Römer, a filha do artista. A obra encontra-se exposta no Museu da Quinta das Cruzes, no Funchal.

Por ocasião da maior exposição realizada sobre a obra do pintor, o jornal Público dedicou ao artista e à exposição uma interessante série de fotografias e um breve artigo.